HISTÓRIA
Respeitando a vontade do ilustre médico Dr. Simão da Cunha D’Eça Azevedo, que, em 1919, deixou em disposição testamentária que a parte dos seus bens se desse o destino de “fundar em edifício próprio e que satisfaça a todas as condições exigidas pela ciência actual um hospital para nele serem tratados doentes dos dois sexos, preferindo sempre os da sua freguesia e concelho e custear todas as despesas que para tal fim sejam exigidas. Sobre o pórtico de entrada será colocada uma lápide com a seguinte inscrição – Hospital D. Ana Laboreiro D’Eça, e no acto de inauguração se consignará que este hospital foi por mim fundado para perpetuar a memória de meus bons pais e esposa, foi possível dar resposta a um grande e grave problema, o de assistência médica aos pobres e demais população deste concelho.
Assim, em 1921 tiveram início as obras para construção de um hospital em Condeixa. Mais tarde, em 1925, o Dr. Artur da Conceição Barreto legou, por testamento, diversos bens imóveis ao “Hospital Municipal D. Ana Laboreiro D’Eça”. A 10 de abril de 1927 foi inaugurado o Hospital Municipal D. Ana Laboreiro D’Eça, o qual se manteve em atividade por mais de meio século, prestando prestimoso apoio na saúde à população de Condeixa.
Entretanto, em 24 de março de 1959, por forma a dotar o Hospital de instrumentos de gestão mais céleres e eficazes, foi criada a Fundação Hospital D. Ana Laboreiro D’Eça, a quem ficou entregue a incumbência de prosseguir e assegurar o funcionamento do Hospital.Após o 25 de abril de 1974, designadamente com a criação do Serviço Nacional de Saúde, e consequente desenvolvimento de uma rede nacional de cuidados de saúde, gratuita e da responsabilidade do Estado, veio a tornar desnecessário e obsoleto o funcionamento deste Hospital privado, passando a funcionar como Centro de Saúde.Em Fevereiro de 20023, com a inauguração das novas instalações do Centro de Saúde de Condeixa, o Hospital D. Ana Laboreiro D’Eça foi definitivamente encerrado.
Volvido um século sobre a inauguração do Hospital, urge adequar a sua missão e ação à realidade da sociedade atual, sem perder a orientação que lhe foi dada por vontade testamentária: uma intervenção na proteção dos mais desfavorecidos, na velhice, na invalidez, na saúde e controle da doença.
Sabendo que os cuidados de saúde primários são hoje uma necessidade básica assegurados gratuitamente pelo Estado a todos os cidadãos independentemente da sua condição social. O direito de acesso gratuito aos serviços de saúde é uma conquista social inalienável, constitucionalmente garantida e por todos reconhecida.
Por outro lado, se o acesso aos cuidados básicos de saúde são uma responsabilidade do Estado e por este se esperam assegurados, já o incremento da percentagem da população envelhecida no concelho de Condeixa-a-Nova (concelho com mais de 20% da sua população com 65 ou mais anos de idade) cria novas necessidades de apoio e auxílio a esta franja de indivíduos em situação mais vulnerável.
Olhando essa realidade, a Fundação tem feito uma articulação próxima com as diferentes autoridades sociais e de saúde para encontrar a adequada concretização para apoiar e promover este segmento de população constituído por indivíduos, que não tendo necessidade de continuar tratamento de saúde primário, se encontram ainda num estado de vulnerabilidade e debilidade que implica um acompanhamento e um cuidado especial da sua saúde.
É desiderato da Fundação criar condições para continuar a servir a população do concelho de Condeixa-a-Nova, em plena articulação com a rede de serviços existente e com as necessidades identificadas.

